domingo, janeiro 25, 2015

Um tantinho do Grande Tantinho da Mangueira

Tantinho da Mangueira Cantor. Compositor. Partideiro. Nascido e criado na Morro de Mangueira, na favela de Santo Antônio, frequentador assíduo das rodas de partido-alto no Buraco Quente, Chalé e Três Tombos, favelas que também integram o morro, onde conviveu desde pequeno com personagens emblemáticas da localidade, Cartola, Nelson Cavaquinho, Dona Neuma, Padeirinho, Nelson Sargento, Pelado, Carlos Cachaça, Geraldo das Neves e Jorge Zagaia, entre outros. Aos 13 anos de idade Dona Neuma o apresentou a Cartola. Neste mesmo ano de 1961 compôs o samba-enredo para o desfile da Mangueira em Brasília. Trabalhou como office-boy, laboratorista e em agência de publicidade. Aposentou-se como funcionário da Funarte em 1996. Na década de 1970 participou das rodas de samba no Teatro Opinião. Por essa época integrou o grupo Originais do Samba. Atuou como músico tocando tamborim em várias gravações de Zé Kétti e Jamelão. Em 1999, como integrante da Velha-Guarda da Mangueira, participou do CD "Velha-Guarda da Mangueira e convidados", lançado pela gravadora Nikita Music. No disco também participaram Dona Neuma, Nelson Sargento em dueto com Fernanda Abreu, Lenine e Nelson Sargento, José Ramos, Mário Lago, Darcy da Mangueira, Darcy Maravilha, Beth Carvalho, Noca da Portela, Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho. Em 2000 participou do disco "Mangueira, sambas de terreiro e outros sambas", patrocinado pelo Arquivo-Geral da Cidade do Rio de Janeiro, no qual interpretou as faixas "Você quer saber" (Jabá); "Terreiro em Itacuruçá" (Padeirinho); "Boêmio fracassado" (Hélio Cabral); "Verde e rosa" (Mauro Pereira) e ainda fazendo parte do coro, juntamente Zélia, Zenith, Sônia, Hermínio Bello de Carvalho, Jurandir da Mangueira, Paulão Sete Cordas e Zé Maurício, gravou as faixas "Chega de demanda" (Cartola), "Sai da minha frente" (Jorge Zagaia), "Alegria" (Cartola e Gradim) e "Vela acesa", de autoria de Fandinho. Em maio do mesmo ano com Comprido, Xangô da Mangueira, Zé Ramos e Jurandir da Mangueira participou do lançamento do CD no Espaço Cultural Sérgio Porto, no Rio de Janeiro. Em 2001, com Valdir Silva, organizou uma roda de samba no Espaço Verdôme Cultural, no bairro do Castelo, no Centro do Rio de Janeiro. Na ocasião era acompanhado pelo Grupo Elite. No ano seguinte, com Luciane Menezes, participou do "Projeto Ritmo Carioca" no bar Ritmo no Leblon. Em 2003 foi o convidado de Ernesto Pires em show no Bar Sacrilégio, na Lapa, no Rio de Janeiro. Com Marquinhos China apresentou-se no Bar Dama da Noite, e ainda apresentou-se no Projeto "O Partido Fala Mais Alto", na Casa da Mãe Joana, com Renatinho Partideiro. Neste mesmo ano participou ao lado de va´rios outros artista do disco "Um ser de luz - saudação à Clara Nunes". No ano de 2004 participou do projeto "Puxando Conversa", no qual foi gravado um video sobre a sua vida e carreira, e ao final, como anfitrião de uma roda de samba, recebeu diversos convidados, entre eles, Trio Calafrio, Delcio Carvalho, Bráulio de Castro, Waldir 59, Jair do Cavaquinho, Bebeto di São João, Toninho Geraes e Xangô da Mangueira. Neste mesmo ano, ao lado de Richa, comandou uma roda de samba no Espaço Cultural Carioca da Gema. Nest mesmo ano participou como convidado de Nei Lopes no CD "Partido ao cubo", no qual interpretou as faixas "Deixa ela chorar" e "Samba como era", ambas de autoria de Nei Lopes. No ano de 2005, com Luiz Carlos da Vila e Nelson Sargento, foi um dos convidados do Pagode da Tia Doca, apresentando-se no projeto "No Tom do Samba", no Bar do Tom, no Rio de Janeiro. Neste mesmo ano, com Marquinhos China, Silvino da Silva, Marli Teixeira e Xangô da Mangueira, apresentou o show "Partideiros e calangueiros", dentro do projeto "Na ponta do verso", do Centro Cultural Banco do Brasil. Neste mesmo ano participou do disco "Xangô da Mangueira - recordações de um velho batuqueiro", de Xangô da Mangueira. Em 2006 lançou o CD duplo "Tantinho, memória em verde e rosa", no qual interpretou 32 sambas de compositores da Mangueira. Entre as músicas incluídas no trabalho destacaram-se "Boa noite" (Aloisio Costa e Bide), "Voz do morro" (Geraldo Pereira e Moreira da Silva), "Eu vou subir tia" (Manoel Ramos), "Fofoca no morro" (Ferreira dos Santos e Padeirinho), "Episódio" (Tantinho da Mangueira), "Pobre milionária" (Nelson Sargento) interpretada em dueto com Nelson Sargento, "Sofrer como eu já sofri" (Pelado e Tantinho da Mangueira), "Meu amor foi-se embora" (Chico Modesto e Germano Augusto), "Estou vivendo na floresta" (Babaú da Mangueira e Chico Modesto), "Azul anil" (autor desconhecido), "Vem rompendo o dia" (Xangô da Mangueira) intérpretada em dueto com Xangô da Mangueira, "Meu segredo" (Cícero dos Santos, Hélio Turco e Tantinho da Mangueira), "Meu amor já foi embora" (Cartola e Zé da Zilda), "Brasil, terra adorada" (Arthur Faria, Carlos Cachaça e Cartola), "Dá licença que eu quero passar" (Tantinho da Mangueira) composições de sua autoria composta nos anos 60 para o Bloco Carnavalesco Olha Essa Língua, um dos muitos existentes naquela época no Morro da Mangueira, "O bobo do rei" (Broto), "Continente negreiro" (Marreta e Nelson Sargento), "Neuma" (Tantinho da Mangueira), "Recordar é viver" (Padeirinho), "Pranto de poeta" (Hélio Cabral), "Mulher comprometida" (Preto Rico) intepretada em dueto com Preto Rico, "Eu vivo em paz" (Leléo e Jorge Zagaia), "Diamante bruto" (Brogogério), "Sorrindo sempre" (Francisco Alves, Gradim, Ismael Silva e Noel Rosa), "Pesca do dourado" (autor desconhecido), "Lá se foi Maria" (Alfredo Português), "Maria" (Jurandir da Mangueira) interpretada em dueto com Jurandir da Mangueira, "Não posso demorar" (Geraldo das Neves), "Vivo no mundo" (Fandinho), "Decaída" (Hélio Turco e Pelado), "Nossa história" (Geraldo da Pedra e José Ramos), "Faltavam cinco para as cinco horas" (Manoel Ramos) e "Gonçalves Dias" (Cícero e Pelado). No disco, com produção musical de Paulão Sete Cordas, contou com o acompanhamento dos violonistas Rogério Caetano e Carlinhos Sete Cordas. Em 2010 foi o vencedor do "Prêmio da Música Brasileira" nas categorias "Samba" com o disco "Tantinho canta Padeirinho da Mangueira" e "Cantor", com o mesmo CD. Em 2011 fez uma participação especial no disco duplo "O samba carioca de Wilson Baptista", lançado pela Biscoito Fino, no qual interpretou o samba "Rei Chicão" (Wilson Baptista), umas das faixas inéditas encontrada pelo pesquisador Rodrigo Alzuguir em uma fita caseira. Nesse mesmo ano participou da 22ª edição do "Prêmio da Música Brasileira" realizada no Teatro Municipal, no Rio de Janeiro, em homenagem ao cantor e compositor Noel Rosa, na qual interpretou "Conversa de Botequim" e "Com que roupa?", ao lado de Wilson das Neves

domingo, janeiro 11, 2015

Nadinho da Ilha

Aguinaldo Caldeira, mais conhecido como Nadinho da Ilha (Rio de Janeiro, 11 de junho de 1934 - Rio de Janeiro - 4 de agosto de 2009) foi um ator, compositor e cantor de samba brasileiro.1 Seu apelido era uma referência não à Ilha do Governador, como muitos imaginam, mas à Ilha dos Velhacos, comunidade da Muda, Tijuca. Durante a sua carreira, lançou cerca de 15 compactos simples, 20 duplos e quatro LPs, todos pela antiga Odeon. Como ator, participou, entre outras peças, da primeira montagem de "Ópera do malandro", de Chico Buarque; de "Deus lhe pague", de Joracy Camargo; do humorístico “Cabaré do Barata”, com Agildo Ribeiro, na finada TV Manchete; e do filme “Loucuras cariocas”, de Carlos Imperial. Sambista de voz inconfundível e suíngue sincopado, Nadinho gravou aos 71 anos de idade um tributo a seu grande mentor e padrinho musical, o compositor Geraldo Pereira. Com produção impecável de Henrique Cazes, o CD traz toda a malícia e humor do intérprete que já foi parte do grupo de Heitor dos Prazeres, cantou no teatro e na escola Unidos da Tijuca. Faleceu em agosto de 2009 no Rio de Janeiro, às 7h30m, no Hospital Miguel Couto, depois de lutar contra um câncer agravado pela diabetes que o acompanhou nos últimos anos.

sábado, janeiro 10, 2015

Nilze Carvalho

Depois de quatro anos Nilze Carvalho volta com novo álbum solo. Em Verde amarelo negro anil, editado pela Rob Digital, a sambista põe sua graça em músicas próprias, composições de contemporâneos e releitura de metres. O samba desfila soberano na vida de Nilze Carvalho. Criança prodígio que apareceu tocando cavaquinho no Fantástico e assinando álbuns instrumentais, é hoje um dos principais nomes da turística Lapa, endereço do batuque no Rio. Entre o grupo Sururu na Roda, a carreira solo e inúmeras participações, a menina cresceu e se tornou um importante nome na revitalização do samba carioca. O título do álbum vem da inédita parceria de Nilze com Marceu Vieira que diz: "O samba foi quem me coloriu" para falar sobre miscigenação. A inspiração remete a música Seo Zé, parceria de Marisa Monte, Nando Reis e Carlinhos Brown que, mesmo sem entrar no repertório, batizou o melhor trabalho de Marisa, Verde anil amarelo cor de rosa e carvão. Mas a interseção para no título, Nilze é 100% samba, com voz doce sem perder o balanço elegante. Ela ainda assina músicas como Viola (parceria com Zeca Leal, também nova) e retoma o Choro de menina, tema instrumental que lançou na infância. Entre as releituras traz uma bela recriação para Roda baiana, de Ivan Lins e Vitor Martins. E passa pela obra de bambas como Nei Lopes (Fumo de rolo), Nelson Sargento (Vai dizer a ela), Wilson Moreira (Peso na balança), Leci Brandão (Antes que eu volte a ser nada) e até de Riachão (Retrato da Bahia). Um medley portelense junta Atraso em meu caminho (Picolino e Jair do Cavaquinho), Recado (Paulinho da Viola e Casquinha) e Lenço (Monarco e Chico Santana), essa com participação do mestre Monarco. A festa do samba é a linha seguida por Nilze Carvalho nesse novo álbum. Produzido com carinho pela cantora ao lado de Zé Luiz Maia, o disco pulsa agradável como uma noite na Lapa ao som do samba elegante de Nilze. "Até você vai acabar sambando", desafia no verso que encerra o disco - quando todo mundo já entrou na festa dela. por Beto Feitosa

quinta-feira, janeiro 08, 2015

Prefacio de Meu Livro: "No tempo de Geraldo Pereira", escrito pelo Profº Cesar Maia.

Viver a vida com intensidade. Viver no Rio de Janeiro na década de 30, com intensidade. Assim foi com o mineiro Geraldo Pereira, dono de uma história inspiradora... do samba, do teatro, da Lapa, da Mangueira. Boêmio convicto, funcionário público, cantor, compositor, ator e devoto de São Jorge. Esse é o personagem revelado pelo Professor Araújo aqui neste seu livro “No Tempo de Geraldo Pereira”. Professor pós-graduado em História do Brasil pós 30, Valmir Araújo dos Santos, o Professor Araújo, nos revela os passos desse homem que ajudou a construir a música popular brasileira. Ler essas páginas nos trás de volta a Rádio Tamoyo do Rio de Janeiro, os sambas Acertei no Milhar, Falsa Baiana, Bolinha de Papel; shows memoráveis no Cassino da Urca,... uma verdadeira viajem à história. Retroceder a um Rio antigo faz perceber como eram o ambiente, a rua, as relações, a música, a diversão, e por que não dizer, a malandragem vivida naquela época. Pode-se afirmar que o tempo não existe propriamente, porque voltamos e entramos no mundo mágico dos anos 30, 40, 50 até 55, quando então chega ao fim precocemente a vida de Geraldo Pereira. A ficção e a vida são temas constantes desde tempos remotos, e a literatura recria e explora de mil maneiras diferentes. O que difere são a força da narrativa e a originalidade da vida vivida. Esta obra, sem exagerar, podemos dizer que foi concebida integralmente para mostrar a sutil e a extraordinária força de vida construída por este homem que não se furtou a viver da noite, na noite, convivendo com personagens outros de nossa rica história carioca. É um presente poder refugiarmo-nos nestas páginas para escapar das limitações do presente e mergulhar em tempos idos como se amigos fossemos de Geraldo Pereira. Professor Cesar Maia <