sexta-feira, junho 26, 2015

FBN, ACL, SMC nos 450 do Rio

Não, não se espante com este monte de siglas aí acima. Ou melhor, espante-se, sim, porque este é o país das siglas, muitas das quais abusivas. A maioria, incompreensivas e até torturantes. Menos aqui. FBN abrevia a Fundação Biblioteca Nacional, ACL significa Academia Carioca de Letras. E SMC é a Secretaria Municipal de Cultura. Elas se juntam porque a conclusão de um projeto provocador as envolvendo está por ser anunciada. Explico: a Academia (ACL) imaginou somar-se ao comitê Rio-450 anos com uma idéia original. Definirem-se os dez escritores que melhor construíram a literatura da cidade. O que nunca havia sido pensado antes. Muito menos convocar-se um grande júri de cultores da língua, para votar, livre e secretamente, os seus preferidos. Desde que – condição básica – estivessem mortos e que fossem alinhados a partir do Padre José de Anchieta, este um escritor/cronista de excelência, e testemunha da fundação da cidade em 1565, além de ser o patrono da Academia Carioca de Letras. Levada à Fundação Biblioteca Nacional (FBN), de imediato a bicentenária instituição aderiu à idéia, que ainda promoverá conferências para cara um dos escolhidos. Ambos os parceiros, depois de estudos minuciosos, convocaram um Grande Júri de intelectuais para votar os dez mais referenciados escritores dos 450 anos. A idéia, aprovada pelo comitê presidido pelo também Secretário de Cultura Marcelo Calero, tem na da Prefeitura o apoiador institucional do projeto, conferindo aos eleitos a chancela, o cheiro formal que perpetuará os escolhidos. O debate dos votados instiga e inflama os jurados. Quem receberá maior número de votos, Machado, Lima Barreto ou João do Rio? Em que lugar ficará Vinicius ou Olavo Bilac? Alguns menos reconhecidos publicamente, como Marques Rebello ou Amoroso Lima serão votados? E as mulheres, como Cecília Meirelles ou Clarice Lispector? O jogo está jogado. E a posteridade carimbará nestes 450 anos os dez mais importantes modeladores da palavra escrita no Rio. 26 de junho de 2015 Ricardo Cravo Albin Presidente do Instituto Cultural Cravo Albin

Musica: Pedro do Pedregulho - Geraldo Pereira